sexta-feira, 25 de março de 2011

Sobre Anita Malfatti

"Eu tinha 13 anos, e sofria porque não sabia que rumo tomar na vida. Nada ainda me revelara o fundo da minha sensibilidade[...]Resolvi, então, me submeter a uma estranha experiência: sofrer a sensação absorvente da morte. Achava que uma forte emoção, que me aproximasse violentamente do perigo, me daria a decifração definitiva da minha personalidade. E veja o que fiz. Nossa casa ficava próxima da estação da Barra Funda. Um dia saí de casa, amarrei fortemente as minhas tranças de menina, deitei-me debaixo dos dormentes e esperei o trem passar por cima de mim. Foi uma coisa horrível, indescritível. O barulho ensurdecedor, a deslocação de ar, a temperatura asfixiante deram-me uma impressão de delírio e de loucura. E eu via cores, cores e cores riscando o espaço, cores que eu desejaria fixar para sempre na retina assombrada. Foi a revelação: voltei decidida a me dedicar à pintura."

Anita Malfatti: no tempo e no espaço, Volume 1
Por Marta Rossetti Batista,Anita Malfatti



Já deixei claro, aqui no blog, o meu gosto pela arte e agora resolvi postar sobre a maior pintora brasileira,considerada, assim, por Pietro Maria Bardi.É indiscutível seu talento e sua significância no meio artístico.Uma importante e famosa artista plástica.
Anita começou como Expressionista que se trata de uma pintura mais dramática, subjetiva, “expressando” sentimentos humanos. Utilizando cores irreais, dá forma plástica ao amor, ao ciúme, ao medo, à solidão, à miséria humana, à prostituição. Deforma-se a figura, para ressaltar o sentimento.Nos EUA pintou suas mais brilhantes obras: O homem amarelo, Mulher de Cabelos Verdes, O Japonês, e vários outros quadros.Lá o público era capaz de interpretar a beleza e as emoções contidas em suas obras e a consagravam.Anita voltou ao Brasil e foi duramente criticada,principalmente por Monteiro Lobato, após a sua exposição em 1917.
Anita também participou da Semana de Arte Moderna em 1922 e a partir daí,sua arte virou uma salada russa, logo notada pelos críticos: «A Sra. Malfatti faz o viajante percorrer os séculos e os gêneros. É primitiva, clássica, e moderna avançada, faz retratos e naturezas-mortas.»
"A artista que pintou obras como "O homem amarelo", "A Boba" e "Mulher de Cabelos Verdes", não quer mais ser vanguarda, nem acadêmica. Ela quer uma pintura simples, facilmente compreendida por todos e que dificilmente será aceita por seus colegas de aventura do modernismo."

Uma grande artista que foi alvo de duras críticas e sofreu muito por não ser compreendida...


A mulher de cabelos verdes

O homem amarelo

A boba

O japonês

Ritmo (Torso)

O homem das sete cores

Nu cubista

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